domingo, 24 de outubro de 2010

Diga quem te financias e te direi a quem representas !

Você sabe quem financia os partidos políticos, notadamente a cada dois anos, quando ocorrem os pleitos eleitorais ?
Sabe quanto custa a eleição de um deputado federal no estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país ?

Pois bem, um dos vários nós da democracia dita liberal, os quais amarram a mesma a ponto de torná-la inócua, é o financiamento eleitoral. No Brasil assim como na maioria dos países, o financiamento é misto: em parte público e parte privado. No que toca a este último, algo que não escapa a ninguém é que seria no mínimo ingênuo crer que quem financia a campanha de algum candidato(a) ou partido, não quererá dividendos no caso de uma vitória/eleição. Conforme comumente se diz, quem arca com o ônus cobrará bônus. Sendo assim, a democracia liberal é mais democracia ou é mais liberal ? Aboliram-se os pisos mínimos para se fazer valer a cidadania, ou seja, não temos mais voto censitário. Entretanto, os tetos máximos ainda estão longe. Apesar de limitações a gastos eleitorais, quem "pode mais, chora menos", sendo assim, o poder de definição da agenda de questões é muito maior por parte de grandes empresas do que a da maioria dos cidadãos da população brasileira. Concluímos portanto pelo raquitismo da democracia liberal, é muito mais liberalismo, adepto manifesto ou latente da plutocracia e não da demos + cracia.
Vejam o excelente artigo abaixo, veiculado na edição de maio deste ano do jornal franco-brasileiro "Le Monde Diplomatique". O artigo é assinado pelo cientista político e docente da UNICAMP, Bruno Speck, que há anos se dedica ao tema de financiamento eleitoral e corrupção. Numa nobre iniciativa, o professor mantém um banco de dados - sítio "Às Claras" -  acerca dos financiamentos eleitorais dos pleitos (atualizado até as eleições municipais de 2008) realizados no Brasil.

Banco de dados: http://www.asclaras.org.br/2008/
Artigo: http://www.brunospeck.com/images/stories/texte/Speck20100501lemonde.pdf

Nenhum comentário: