sábado, 24 de setembro de 2011

GREVE da categoria bancária a partir de 3ª feira (27/09/2011)

Peço a colaboração da militância e de toda a classe trabalhadora para a greve da categoria bancária que se inicia na próxima 3ª feira (27/09). Paguem as contas com antecedência. Seguem abaixo os motivos que nos levam a greve pelo 8º ano consecutivo.

Somente no 1º semestre deste ano de 2011, lucros dos maiores bancos foram da ordem de R$ 27,4 bilhões, aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior;

Piso salarial da categoria bancária não chega a 3 salários mínimos. Para efeito de comparação com vizinhos do cone sul: Brasil - piso de US$ 735,29; Argentina - piso de US$ 1.432,21; Uruguai - US$ 1.039,00. Há que se recordar também de que no Brasil a diferença entre o que ganha um executivo de banco ganha 400 vezes mais do que o piso de ingresso na categoria !

Bancários(as) reivindicam reajuste de 12,8% (bem abaixo e tímido ante a lucratividade média do setor: 26%), contudo a banqueirada ofereceu apenas 8%, o que dá um "montante" de apenas 0,39% de aumento real.

No período compreendido entre os anos de 1995 a 2006, 181 trabalhadores(as) bancários(os) se suicidaram, média de 1 suicídio a cada 20 dias ! Como há subnotificação, esse número pode ser até maior, chegando a números reais de 226 a 271 casos, o que traria uma incidência de um suicídio a cada 16 ou 13 dias respectivamente (SANTOS, Marcelo Augusto Finazzi. Patologia da Solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho. Dissertação de mestrado apresentada a FACE-UNB, 2009). E ainda que não se possa afirmar que somente o trabalho é responsável por tal anomia, tampouco se pode descartar o elemento suicidogênico presente na organização do trabalho e modelo de gestão dos bancos.

Enfim, bancário(a) vive na barbárie !

Reitero a solidariedade de tod@s !

Edilson Montrose de Aguiar Jr.
Diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
INTERSINDICAL - Bancários na Luta


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

página 50: Convite - reunião da Campanha "A dívida não acabou...

página 50: Convite - reunião da Campanha "A dívida não acabou...: "C O N V I T E São Paulo, 04 de fevereiro de 2011. Caros companheiros/as, O fato amplamente difundido pelos meios de comunicação, pelos gov..."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Diga quem te financias e te direi a quem representas - parte 4

Caríssim@s, eu tinha dito que por enquanto não teceria mais comentários acerca do tema  financimanento de campanhas. Entretanto, foram veiculadas matérias na grande mídia por conta  do fim das eleições no Brasil e creio não posso deixar de publicizá-las a vocês. Seguem abaixo notícias que dizem respeito aos financiadores/doadores das campanhas eleitorais dos candidatos(as) (a cargos executivos) nestas eleições recentes do Brasil. Vamos nos deter resumidamente sobre cada matéria e quem quiser acessar cada uma das notícias, terá o atalho a sua disposição.

Marina teve como doadores: Andrade Gutierrez (R$ 1,1 milhões), Camargo Correa (R$ 1 milhão), Itaú Unibanco (R$ 1,1 milhão), Embraer (R$ 425 mil), Ambev (R$ 400 mil), Suzano Papel e Celulose (R$ 532 mil). Além das pessoas físicas: Guilherme Leal - acionista da Natura e vice de Marina - que doou R$ 12 milhões e também Eike Batista, empresário dos mais ricos do mundo, que doou R$ 500 mil.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=37964

Dos R$ 34,2 milhões arrecadados para a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), cerca de R$ 15,2 milhões foram doados por empreiteiras.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101102/not_imp633556,0.php

Doações ocultas, que inclusive o PT foi a favor que continuassem valendo para a disputa eleitoral deste ano, são até piores, pois nem sabemos quais foram os setores do grande capital que financiaram as campanhas:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/824295-vice-colocou-r-118-milhoes-na-campanha-de-marina.shtml

Com o grande capital endossando tais candidaturas, perguntamo-nos: a quem estas candidaturas irão representar ? Aos interesses da classe trabalhadora ou do empresariado ?

Para tomar conhecimento de quais foram os financiadores/doadores da campanha das candidaturas deste ano de 2010, proceda a consulta ao longo dos dias no sítio do TSE:  http://spce2010.tse.gov.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2010/abrirTelaReceitasCandidato.action

Abraços a tod@s !

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Diga quem te financias e te direi a quem representas - parte 3

E para, por enquanto, encerrarmos este tema do financiamento das campanhas eleitorais e a magérrima/esquálida/hiper-limitada democracia nos marcos do capitalismo, convém nos determos no país que é o luzeiro da burguesia daqui e de alhures, na Jerusalém celeste dos leitores de Veja e similares: o império estadunidense.
Olha o que foi veiculado no sítio da Folha.com, data de 24/10/2010:

Nos EUA, partidos têm arrecadação recorde após mudança na lei que facilitou doações
Andrea Murta, de Washington

Mais de US$ 3,5 bilhões foram gastos até a última semana por candidatos, partidos e grupos privados em campanhas ao Congresso dos EUA, quantia que vem beneficiando republicanos depois que uma mudança na lei permitiu doações anônimas de empresas. O dado foi calculado pela ONG OpenSecrets, que monitora uso de verba em lobby e campanhas. O grupo prevê que o total chegará a US$ 3,7 bilhões, o que tornará as eleições para o Congresso deste ano as mais caras da história -abundância que destoa da situação econômica no país. É um rio de dinheiro cuja nascente é difícil de ser apontada. A decisão da Suprema Corte que facilitou doações privadas no início do ano permite que corporações canalizem fundos para órgãos que não são obrigados a divulgar doadores, incluindo grupos partidários e a Câmara de Comércio americana. Esta, ligada ao antigo assessor de George W. Bush (2001-09) Karl Rove, enviou US$ 7 milhões a republicanos só na semana retrasada. O primeiro lugar coube a um dos centros burocráticos da oposição, o Comitê Nacional Republicano, que gastou quase US$ 12 milhões na última semana computada. Dos dez maiores financiadores de campanha dos últimos dias, seis gastam exclusivamente em campanhas republicanas. Três dedicam 100% da verba a democratas, e um dividiu doações. Seis grupos do ranking são privados e quatro são dos partidos. No total, republicanos foram agraciados com US$ 40 milhões, e democratas, com US$ 28 milhões.
Tradicionalmente mais alinhados a interesses de grandes empresas, os republicanos vêm contando com vantagens, após a mudança na lei, que não passaram despercebidas ao governo.
David Axelrod, assessor especial do presidente Barack Obama, afirmou que 'obviamente há enorme vantagem para os republicanos, mas isso não é apenas uma ameaça [aos democratas]'.'Se alguém pode entrar num escritório do Congresso e dizer, 'se você não votar como eu quero, ano que vem darei US$ 10 milhões a Karl Rove', que tipo de impacto isso terá no país?'. Para Axelrod, a própria democracia está a perigo (grifo nosso). A diferença geral vem acentuando para o lado republicano, mas esse resultado varia quando consideradas campanhas específicas. Em algumas disputas apertadas, como para o Senado da Califórnia, os democratas arrecadaram mais. Com pouco mais de uma semana para a eleição e todas as projeções apontando para ganhos republicanos, a acelerada financeira da oposição na reta final não é boa notícia para os democratas.

Colocamos em negrito as palavras, que segundo a reportagem foram proferidas por um assessor especial de Obama. Ou seja, se até o assessor do condutor do império, tem grande receio de que a dita e tão saudada democracia está em perigo, porque eu socialista, não irei proferir que sob o capitalismo e seu sistema de financiamento privado de campanhas, a democracia não somente está a perigo, como ela sequer existe e caso tenha existido, findou-se. 

E o mais legal é que alguns mais lúcidos, mesmo que atrelados ao sistema/esquema, já percebem isso.
Como dizia uma música do Rage Against the Machine: All of which are American dreams !

Não há democracia substancial no capitalismo. Há um milhar de exemplos a corroborar essa constatação.